terça-feira, 17 de setembro de 2013

Saudação à Primavera



O Círculo Artístico Teodora convida você para saudar à Primavera!

Traga suas mazelas para queimar na fogueira; traga algo para comer e para beber; traga seu violão, pandeiro e tamborim; traga presentinho para Teodora e seus filhotes (ração, leite, pipicat); traga sua alegria e vamos comemorar!

Dia 20/09/2013 (Sexta-feira) às 21h no Círculo Artístico Teodora 
(Servidão Morro Verde, 786 - Campeche - Florianópolis)


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

'Urano quer Mudar', de Florianópolis, é encenada pela primeira vez fora da Capital durante o Cena 10

Em trabalho centrado na memória, peça fala também de desapego e sobre a construção de um amor entre idosos



Tuane Roldão
Fenícia e Urano. Faxineira e coveiro. Ela cria músicas. Ele, poesia. Caçula, ainda que a idade avançada não permita identificar quem é mais nova que quem, a idosa tem a incumbência de cuidar das tumbas da família.
Entre os dois, surge um amor quase impossível. O casal é protagonista de uma história que procura romper com o destino. E tudo isso estará no palco do Galpão da Ajote, nesta quinta-feira, às 20 horas.
Diretamente de Florianópolis, o Círculo Artístico Teodora traz ao Cena 10 a peça Urano quer Mudar. É a primeira vez que o espetáculo será encenado fora da capital, e também a estreia da veterana Margarida Baird na Mostra de Teatro de Joinville.
Aos 68 anos, a atriz completa 50 anos de carreira em 2013 e interpreta ela mesma na apresentação. O elenco é completado por seu marido, o ator José Ronaldo Faleiro, que faz o papel dele próprio.
O texto da peça foi escrito originalmente há dez anos por Rogério Christofoletti para uma leitura dramática no Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau. Na época, o casal se encantou pelo roteiro, mas só agora conseguiu encená-lo.
Na experiência de metateatro dirigida por Brígida Miranda, José e Margarida preparam a mudança da casa onde vivem e reencontram o texto de um espetáculo que não chegaram a montar. Em um cemitério como cenário, os atores transitam entre as lembranças de suas vidas e a história de Urano e Fenícia.



Meio século no palco: atriz Margarida Baird fala sobre carreira e planos futuros

Carioca, ela vive em Florianópolis há 29 anos e se apresenta pela primeira vez, nesta quinta-feira, na Mostra de Teatro de Joinville




Tuane Roldão
A atriz Margarida Baird, bem-humorada, fala sobre o passado, sua ligação de amor e ódio com o teatro e os planos para as próximas décadas em entrevista ao Anexo. Em 2013, ela completa 50 anos de carreira.

Anexo – Você já se imaginou fazendo outra coisa que não teatro?
Margarida Baird – Quando criança, queria ser cantora. Eu vim de uma família musical, minhas tias cantavam. Então cantar, pra mim, fazia parte da vida. Um dia, disseram-me que meu caminho seria pela arte. Não sei bem por que, mas até me espantei. Quando comecei a fazer o curso de teatro, foi uma revelação, um descortinar de futuro. Teve momentos em que quis parar, aí fui bordar, pintar, escrever. Mas não adianta, o teatro é a linha motriz da minha vida. É no palco que eu estou em casa.

Anexo – Por que você pensou em parar?
Margarida – Pela minha inabilidade política. Sempre fui muito expontânea, muito impulsiva. No teatro, você precisa ter jogo de cintura, principalmente se não se encaixa no padrão de beleza. Eu sou baixinha, não tenho o tipo 'certo'. E nunca soube fazer jogo político para conseguir papéis. Pra mim, é muito o que acontece. O que vem, vem. Mas essa exigência da categoria desanimava às vezes.

Anexo – O que você fez de mais marcante?
Margarida – Os trabalhos que fiz no Rio de Janeiro, onde nasci, e em São Paulo no Teatro Oficina e no Teatro de Arena. Mas isso já faz tempo, uns 30 anos. Algumas pessoas marcaram minha trajetória, e isso eu guardo com mais carinho. Foi especial também quando meu marido me dirigiu em uma narrativa de contos. Meu trabalho em Santa Catarina foi mais diversificado: dei aula de teatro, dirigi, criei o grupo Teatro Sim... Por Que Não?!!!.

Anexo – Como é atuar com seu marido? Vocês são casados há quanto tempo?
Margarida – Estamos juntos há 23 anos. Atuar com ele é divertido e ao mesmo tempo irregular, porque o José é muito de momento. Eu tenho um método, uma maneira de ver as coisas em cena. Então, volta e meia ele me surpreende e eu fico meio perdida. Mas é bom, é interessante. A Margarida é muito mais Urano na vida do que o José. É ótimo ter um marido da mesma área, capaz de me entender, com uma sensibilidade muito grande.

Anexo – Como é relembrar esses 50 anos de carreira?
Margarida – A gente é o que é. Se tivesse sido diferente, eu provavelmente não estaria mais neste planeta. Em Florianópolis, especialmente, consegui um equilíbrio, um caminho espiritual. Ano que vem, vai fazer 30 anos que estou em Floripa. De diferente, eu talvez teria sido menos impulsiva apenas.

Anexo – Quais os planos para as próximas décadas? Pretende continuar atuando?
Margarida – José e eu estamos tocando o Círculo Artístico Teodora, na minha casa no Campeche. O espaço está em processo de transformação e já vem atuando como centro cultural. Montamos dois espetáculos, temos shows programados na casa, cursos e ofi cinas ligadas a teatro e a vivências místicoterapêuticas. Fazemos atendimento de reiki, massoterapia... É um trabalho artístico e espiritual. Agora, estou focada em afirmar o círculo como lugar de atividades e eventos. No mais, espero ter saúde para continuar tocando esses projetos. Embora, para mim, a melhor idade seja aos 40 anos, quando você tem o vigor da juventude e a experiência de quem já viveu. Na casa dos 60, a limitação física é muito ruim. Ainda assim, estamos mais jovens. Estou feliz por estar vivendo este momento.

Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/variedades/noticia/2013/08/meio-seculo-no-palco-atriz-margarida-baird-fala-sobre-carreira-e-planos-futuros-4250928.html