Nesta
semana decidimos publicar este artigo sobre Shakespeare, para lembrar de seu
400º aniversário de morte. O Círculo Artístico Teodora aproveita a data para
preparar dois projetos teatrais sobre o dramaturgo britânico: damos
continuidade a Shakespiradas,
renomeada Shakespeareanas, com
algumas alterações na equipe e novo fôlego; e iniciamos uma parceria com o ator
Régius Brandão, com nossa atriz e presidente Claudia Venturi, na peça To play or not to play, já em processo
de montagem.
Escócia,
descoberta uma edição original das óperas de William Shakespeare
Publicado
em 1623, sete anos após a morte de Shakespeare, o "First Folio" contém
obras que nunca haviam sido impressas até aquela data: obras primas como "A
Tempestade", "Henrique VIII" e "Macbeth" nunca teriam
chegado até nós, sem este importante documento. Publicado em apenas mil cópias,
até agora não se suspeitava que existissem outros exemplares deste tesouro: mas
a descoberta, na ilha escocesa de Bute, de una nova cópia do "First
Folio" reacendeu o interesse dos estudiosos ingleses, a exatamente 400 anos
da morte de William Shakespeare.
CULTURA
– 7 de ABRIL de 2016
por
Federica D'Alfonso – em http://www.fanpage.it/scozia-scoperta-un-edizione-originale-delle-opere-di-william-shakespeare/
Tradução
e adaptação de Claudia Venturi
Com
o termo "First Folio" os estudiosos indicam a primeira publicação das
obras de William Shakespeare: "Mr. William Shakespeares Comedies,
Histories, and Tragedies", uma coletânea realizada por seus colegas, os atores
John Heminges e Henry Condell, em 1623, aproximadamente sete anos após a morte
do grande dramaturgo. O texto contém bem 36 obras, vinte das quais nunca foram
publicadas antes daquela data: comédias como "A Tempestade", "Medida
por Medida" e "A Comédia dos Erros", além de obras primas como "Henrique
VIII", "Júlio César", "Macbeth" e "Antonio e
Cleopatra" foram impressas pela primeira vez em absoluto exatamente no
"First Folio". Trata-se então de um documento de excepcional valor histórico,
além do monetário (o valor estimado gira em torno dos três milhões e meio de
euros). Até então não se suspeitava da existência de outros exemplares desta obra
prima, mas a descoberta, na ilha escocesa de Bute, de uma nova cópia do
"First Folio", reacendeu o interesse dos estudiosos ingleses a 400 anos
da morte de William Shakespeare.
Inserida
pelo estudioso Martin Seymour-Smith na lista dos "100 livros mais influentes
nunca escritos", a obra vem impressa em apenas mil cópias: chegaram até nós
apenas 233 (cinco destas se encontram em posse da British Library), e se trata
de um dos livros com impressão mais cara do mundo. Em outubro de 2001, uma cópia
foi vendida no leilão da Christie's em Nova Iorque por pouco menos de um quarto
de milhão de euros.
Na foto: Cópia de "First Folio", conservada em Washington D.C. Foto da matéria original |
Agora
outra cópia, até então desconhecida, foi descoberta na biblioteca de uma mansão
em uma ilha escocesa: o preciosismo livro permaneceu nas prateleiras de uma casa
de campo de Mount Stuart, na ilha de Bute, por mais de um século. De propriedade
de Isaac Reed, um estudioso ativo em Londres no século XVIII, a edição de Mount
Stuart é insólita: o texto foi encadernado em três volumes, e apresenta muitas
páginas em branco que, segundo os especialistas, teriam sido utilizadas para as
ilustrações, que hoje não estão mais visíveis.
A
cópia foi autenticada por Emma Smith, professora de Estudos Shakespearianos na Universidade
de Oxford: uma carta autografada por Reed que acompanha o precioso texto confirmaria
a aquisição em 1786 e a venda, após a sua morte, a um misterioso "J.
W." por 38 libras esterlinas. "Quando pensamos em Shakespeare normalmente
pensamos em suas obras representadas no palco. Mas a palavra escrita, e em
particular o First Folio, torna-se fundamental
para a nossa compreensão do trabalho de Shakespeare", explicou Smith.
Quando,
em 1906, efetuou-se um primeiro recenseamento das cópias existentes do
"First Folio" este exemplar ainda não estava incluído na lista: nessa
data, a sua descoberta elevou o número total de cópias conhecidas para 234, a
pouco menos de um mês do 400° aniversário da morte do grande dramaturgo, no dia
23 de abril. A descoberta constituirá o ponto focal de um novo programa de estudos
shakespearianos, e é o exemplar central de uma mostra inaugurada em 7 de abril de
2016, em Mount Stuart, que permanecerá até o próximo dia 30 de outubro.
John Mullan - foto de goupspaces |
John
Mullan, professor de literatura inglesa junto ao University College de Londres, há muitos anos já havia se expressado
sobre o profundo valor histórico que os manuscritos shakespearianos possuem, ainda
antes que a extraordinária descoberta fosse feita. "Para os acadêmicos,
esta é a mais importante de todas as publicações em língua inglesa", explicou
Mullan em um longo editorial publicado no Guardian.
"Shakespeare não se preocupava com a publicação de suas obras, pois o
sucesso e as maiores arrecadações provinham das representações no teatro: apenas
18 das suas obras, exatamente metade da produção literária, surgiu em forma impressa
durante a sua vida. Existe algo de milagroso na simples existência dessa edição".
William Shakespeare - foto do site do EBC Rádios |
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